segunda-feira, 12 de maio de 2008

Calejada do cerrado. Poema teatral.

Será que depois da morte existe vida?
Sai da seca sai da sina, e as trevas nos
Castiga?
Ou o inferno é aquele sol, que tanto
queima e judia?...
Tudo planta e nada vinga...
é o pão nosso de cada dia... Tanto faz
morrer de sede, morremos aos poucos
a cada dia. De barriga bichada, ou de
barriga vazia.
Essa é a experiência nata de toda a
vida: Ou morrer de magreza, ou
então de bala perdida. Ou de boca
seca, ou com a boca, cheia de formirga!
Carega a cruz da penitência, ou a fome
misericórdia? Calejada é brasileira, cujo
futuro não importa.
Para a caridade sertaneja, tem ao menos
uma cova!

"Calejada do cerrado", poema retirado do meu livro o romance, cujo tema principal
é a seca nordestina, e imigração do sertanejo até as grandes cidades.

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